Que é isso de dar brechas para Satanás? Qual é a base bíblica e a chance dele ganhar e o salvo perder?
Que é isso de dar brechas para Satanás? Qual é a base bíblica e a chance
dele ganhar e o salvo perder?
A questão deve ser vista desde ângulos distintos, para uma mesma
verdade. Senão, cairemos em sobre ênfase ou em menosprezos perigosos.
Primeiro, tomemos o Pai Nosso por base. Se nele Jesus incluiu a oração
“livra-nos do mal”, significa que a possibilidade de que o Mal pretenda nos
atacar é certa. Esta expressão também é bem significativa porque todas as
outras se referiam ao Pai soberano com propriedade total nos céus e na terra,
sobre tudo e em tudo, mas chegando a este ponto, Ele menciona o Mal,
consequentemente, o Maligno como se não um proprietário em posse de algum
direito que reclame, então um malvado gratuito capaz de nos prejudicar se não
orarmos. Em terceiro lugar, Jesus sempre
encarava claramente o Mal como Diabo e Satanás; sugestivo que na oração do Pai
Nosso e a de João 17 que são as principais na Bíblia, Ele faça menção apenas de
“o Mal”. Em quarto lugar, também é sugestivo que o Mal ocupa o último lugar na
oração, como algo insignificante para quem estaria louvando e adorando a Deus e
expressando dependência dele. Em quinto lugar, aqui não se sugere que fossemos
nós que devêssemos batalhar, e sim claramente se estabelece que seja o próprio
Deus que livra as batalhas contra o Maligno por nós, seus filhos.
A ênfase no Diabo e nas brechas na atualidade parece ser uma regressão
da Igreja ao Judaísmo onde se dava muita importância ao Mal, concomitantemente
com a sentença de Deus a Caim em Gênesis 4. 7 que não pode ser aplicada no Novo
Testamento senão somente durante todo o Antigo, com a declaração de inutilidade
em Romanos 8. 3, e descontando que nem era o Judaísmo puro que assim entendia
senão as seitas dele na época de nosso Senhor na terra.
O texto de Lucas 22. 31 parece ser a chave para resolver as perguntas do
título: “Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para
vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça;
e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos”. Jesus é O Senhor, não
Satanás. Quem necessita de provocação do Diabo, e não necessariamente por
“brechas” é Simão e não Pedro, ou seja, o velho homem. Contudo, havia sim, em
Simão uma brecha, a da autossuficiência, segundo os seguintes versículos, e a
batalha não era entre ele e Satanás senão dentro do próprio Simão até ele se
converter de sua confiança fajuta nele próprio. Aqui o Diabo claramente está
subordinado a Jesus, e ainda mais, pode ser utilizado pelo Senhor para nos
tratar, sempre que o Pai concordasse, e de fato, foi autorizado a ciranda-lo
(veja a BKJ).
As palavras de João em 1ª Jo 5. 18-19 “Sabemos que todo aquele que tem
nascido de Deus, não pratica o pecado, pois quem nasceu de Deus se guarda a si
mesmo, e o maligno não o toca. Sabemos que somos de Deus, e o mundo inteiro jaz
no poder do Maligno” (VR), denotam a certeza do salvo, os cuidados que ele deve
ter porque está no mundo, não sendo mais do mundo, porém esse mundo “jaz” vive
e é transportado como habitando no Maligno, mas este não o toca que no original
quer dizer “não lhe apressa, não o usa para danifica-lo e cumprir com a sua
ajuda os seus malignos propósitos”, ou seja, se dá brechas, o Maligno não lhe
toca. Bem que pretenderá, mas então, terá de pedir permissão ao Senhor do
salvo, e certamente, o Senhor poderá permiti-lo tocar.
Quem nasceu de Deus “se cuida”. Quem não nasceu de novo, brinca com o
Diabo e o Diabo o toca. Mas aquele, não vive focado no Diabo e nem paranoico
com a possibilidade de dar brechas, na certeza de que mesmo que o Diabo o
toque, o fará apenas como quem ciranda, e não destruindo-o, nem usando-o para
amaldiçoar a outros também, porque o Seu Senhor sempre o guarda. O salvo não
habita em Satanás. Ele vive em Jesus Cristo!
Pessoalmente, já levo 55 anos pregando dentre os quais 45 são de pastor
ordenado, e bem que eu quis muitas vezes pecar e amaldiçoar a meus inimigos,
mas não pude. Não sei o que é ser peneirado pelo Diabo. Alguns pecados
deram-lhe as suficientes brechas, mas autorização mesmo a me cirandar, só Jesus
podia dar-lhe, que nunca lhe deu em mim. Esse Jesus é demais! Ele sempre me
guardou! Mas eu também sempre preferi ser tratado por Deus em dez anos para me
mudar em algo, do que usando a Satanás por 10 minutos, porque o Senhor me
ensinou a confiar nele antes que ter medo do Diabo; Jesus é a minha confiança!
Até quando pregarão um “evangelho” no qual o Diabo é o grande conquistar
e o homem é o grande facilitador dele, enquanto Cristo mais perde que ganha?
Paremos para pensar...

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